quarta-feira, 25 de maio de 2011

Por Catarina, 10º Glh


Talvez não passemos de animais


Suponho que toda a gente saiba que existe violência no reino animal, dentro da mesma espécie, entre macho e fêmea. Mas parece-me que o mesmo sucede no mundo humano, afinal o Homem também  é um animal e a violência faz parte de si, o pior é que o faz de forma racional. E, como tal, também há uma parte psicológica nisto a que se chama de “violência no namoro”.
No nosso caso, o género dominante também é o masculino. Talvez sintam a necessidade de se provarem como “homens” e “vestir as calças”. Controlo esse que pode começar com um simples “muda de roupa, essa é muito provocante”, até chegar a umas quantas nódoas negras, físicas ou psicológicas, na vítima. Depois, claro, talvez se arrependam, ou talvez apenas queiram continuar a sua obsessão e desculpam-se com palavras que aparentemente lhes parecem lógicas: “É só para teu bem.”, “Sabes que o faço porque te amo.”, “Se te comportares não volta a acontecer.”. Talvez quem esteja a sofrer se sinta confusa ou assustada e deixe andar até poder chegar a casos em que essa cobardia (digo eu) leva à morte.
Mas não querendo discriminar, claro que também acontece o mesmo, embora em muito menor número, em casos em que é o homem que sofre. Voltando à natureza, é o que acontece com o louva-a-deus macho que chega a ser comido pela sua parceira.
Sinto que tenho de abusar da palavra “talvez”, pois não sei realmente o que passa pela cabeça de ambas as partes e não quero parecer demasiado segura a falar de algo que acabo por não saber como é verdadeiramente.
Parece que, no fim, caminharmos em duas ou quatro pernas não nos distingue assim tanto.

Por Gonçalo Bustorff, 10º Act

A vida



A vida é como uma feira popular... existem coisas de que se gosta e coisas de que não se gosta, existem perigos e existem abrigos, existem diversões e até medos mas existem, principalmente, desafios…
 Quando entramos numa feira popular temos a parte dos doces, das barracas dos comes e bebes e dos jogos e então sentimo-nos perdidos sem saber o que comer, o que beber ou até que jogo jogar. É tal e qual a nossa infância onde não existem preocupações e a única coisa que nos interessa é divertirmo-nos, não importa o resto. Queremos comer sempre de tudo e ter sempre aquela bebida que adoramos, que nos deixa com os bigodes brancos.

Depois vem a parte das atracções, onde já é preciso um pouco de responsabilidade para saber onde e no que gastar o dinheiro, mas ignoramos um bocado isso e o que mais queremos é ir ver aquilo, andar no outro e divertirmo-nos ao máximo no que for mais perigoso, o que relembra a nossa juventude onde não nos preocupamos com as responsabilidades, queremos fazer tudo sem preocupações ou restrições. Fazemos tudo como se o mundo acabasse no final do dia, queremos liberdade e diversão e é assim até que escolhemos uma das atracções, aquela que chama sempre a atenção, é a famosa adolescência, com os seus altos e baixos, a alta velocidade que ou nos deixa muito felizes ou muito tristes, ou nos deixa com força e confiança ou manda-nos abaixo. Tudo isso faz-nos crescer mas custa, porque depois de comer tanto e de termos tudo facilitado agora é connosco próprios que contamos, com a nossa força… A verdade é que, depois daquela comida toda na barriga, é difícil não deitar nada cá para fora, é difícil controlar o sofrimento, mas, perto do fim, temos os loopings que nos deixam completamente sem noção de como ou onde estamos e quando aquela volta acaba temos vontade de dar outra mas não podemos.

Queremos experimentar outras coisas e aí define-se a nossa entrada nos vinte, o começo das reflexões e das saudades, da vontade de experimentar coisas novas e para isso temos de contar bem o dinheiro da carteira e fazer as contas para saber em qual diversão podemos andar e qual nos irá dar maior prazer ou satisfação. Vamos andar nos carros de choque onde entramos em confronto com os outros, fugimos e perseguimos, mas sempre acompanhados. Vamos andar no canguru onde subimos lentamente ao ponto mais alto e depois temos uma queda acentuada muito rápida, que nos faz abrir os olhos e pensar “chega!”, temos de definir o futuro, temos de escolher o melhor para nós!

 Com trinta anos e ainda ingénuos, vamos à casa assombrada. Um susto aqui, um grito ali, um casamento acolá e, perto da saída, acontece o maior susto, mas o que mais nos deixa felizes e determinados a fazer a melhor escolha, temos de conseguir amenizar o susto e fazer com que aquele susto tenha o melhor, assim como nós tivemos e desejámos, e aí escolhemos dar uma volta na diversão mais barata e tranquila onde damos voltas e voltas sempre sorridentes e felizes: é o carrossel dos quarenta e cinquenta, aqueles anos constantes onde já não há novidade em nós próprios, só naquele filho que cresceu e que agora é a vez dele de passar pelo que passámos mas não queremos que ele passe pela montanha russa onde nós andámos, não queremos que faça o que fizemos, queremos que defina logo de início o que fazer sem passar por aquelas experiências que nos fizeram perceber o que é a vida.

É assim que são as voltas no carrossel, até que acaba e temos de sair já com os sessenta. É a nossa vez de ver aquele susto a dar as voltas dele no carrossel e assim o libertamos. Enquanto saímos lentamente da feira, cada vez mais cansados, vamos relembrando o que fizemos e o que não fizemos, o que gostaríamos que tivesse sido diferente, até que chegamos ao fim e dizemos adeus àquilo que foi a única coisa que tivemos mesmo nosso, aquilo que ninguém nos podia tirar e dependeu de nós. Aquela foi a nossa vida, passou tão depressa, mas saímos de lá felizes, sem arrependimentos e sabemos que escolhemos o que queríamos…

Agora é deitar e deixar que os próximos façam o melhor para eles que eu já gastei tudo o que tinha…
Por Caroline Barbosa, 10º Glh


É preciso saber Amar

Amor. O sentimento que os Grandes Pensadores tentaram e toda a gente tenta definir, porém, o sentimento mais indefinido de sempre. A complexidade do Amor é tal, que cada vez  se torna mais difícil compreender o dito cujo.  Que sentimento é esse que inspira canções e poemas, e, ao mesmo tempo, brigas e guerras?
A Bíblia, assim com o Amor, causa muita polémica. Na primeira epístola aos Coríntios, o apóstolo Paulo de Tarso diz que o Amor “ não é ciumento”, “ não é egoísta “ e “ tudo suporta“.

Ora, ciúmes e egoísmo são dois dos sentimentos que, para mim, compõem a grande e longa estrada que separa o Amor da obsessão.

Hoje em dia, os adolescentes inserem-se, voluntária e involuntariamente, neste mundo indefinido e cheio de complexidades, o Mundo do Amor. Alguns têm muita dificuldade em entrar neste mundo. Outros têm uma enorme facilidade em entrar, outros, em entrar e em sair. Hoje, o mais preocupante nem é os estereótipos anteriormente referidos, mas sim aqueles que têm dificuldade em sair do Mundo deste tal Amor.
 
É preciso saber amar. É preciso retirar a negatividade que algumas pessoas implantaram no Amor, que, ao fim e ao cabo, não o é, se contiver sofrimento que poderia ser evitado. É preciso saber distinguir obsessão e agressão de colapsos hormonais banais. É preciso ter sensibilidade para diferenciar uma leve brisa de um início de tempestade, porque, às vezes, sair de uma tempestade implica muito mais que vontade própria, implica sabedoria e, na maior parte das vezes, trabalho colectivo.

Amar é uma arte executada por dois artistas, que necessitam estar em excelente harmonia, pois ambos necessitam cooperar de modo a produzir exuberâncias.

O verbo “suportar”, no Amor, não se pode encontrar nunca na primeira pessoa do singular, senão o mesmo torna-se em nada mais, nada menos, do que carência.
 
A verdade não me pertence, mas não será o Amor aquela leve brisa que nos envolve e ajuda a suportar o calor do sol na nossa grande caminhada na estrada da Felicidade?