Por Inês Godinho
Já lá vão os tempos das cartas românticas, das serenatas ao luar e do namoro à janela. Hoje em dia tudo se resume a parcas palavras desprovidas de qualquer tipo de sentimento ou emoção.
Sentimento? Emoção? Na época em que vivemos, essas palavras ficam escondidas nos confins de um baú dando lugar a escassos “goxto mto de ti” ou “ex mto expexial” “tamborilados ao de leve nas teclas dos telemóveis e computadores” evidenciando uma falsa proximidade que impede a fluência dos verdadeiros sentimentos.
Temos como exemplo a quantidade infinita de mensagens enviadas que acabam por deteriorar as relações afectivas levando a um cansativo distanciamento físico e à perda da “magia do amor” fazendo com que este não passe de uma mera e casual troca de palavras.
Mas também para quê encontrar o amor verdadeiro? Para quê escrever cartas românticas quando a verdadeira felicidade se encontra nos palcos, nas luzes, no ecrã e nas passadeiras vermelhas? Para quê ser uma Julieta encerrada num palácio à espera de um Romeu quando se pode ser uma Madona que é conhecida mundialmente?
A fama tornou-se um motor que rege a mente dos jovens através dos sensacionalismos encarnados pelas personagens que aparecem diariamente nos seus televisores.
Temos o exemplo das personagens das telenovelas que todas as noites nos enchem o televisor e que, com o seu modo de falar, vestir, interagir, definem padrões que acabam por condicionar o modo de pensar e de agir dos jovens que vêem nestes actores um exemplo a seguir.
É esta busca incessante por um lugar no mundo dos famosos que molda esta nova geração que vê na fama o único e possível caminho para a felicidade trocando o estrelato pelas relações afectivas, as cartas pelas sms e o computador pelas relações interpessoais.
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