Por Pedro Gaspar
Actualmente vivemos numa sociedade em que a geração mais jovem não vive em confraternização constante, como se verificava há uns anos atrás. Tal facto deve-se à grande evolução tecnológica (computadores, telemóveis, etc.) que embora tenha aproximado pessoas que se encontravam distantes, também distanciou aquelas que se encontravam perto.
A distância actua sobre a emoção exactamente como actua sobre o som. A mesma lei universal rege desgraçadamente a acústica e a sensibilidade, o princípio é sempre idêntico, tão lógico como o princípio das ondulações. Estas vão decrescendo à medida que se afastam do seu centro, até que docemente se imobilizam e morrem. O mesmo acontece nas relações: a falsa proximidade que as novas tecnologias oferecem à geração mais nova levam a que o número de relacionamentos se reduza a uma velocidade enorme. Por muito boa que a tecnologia seja, ela não nos transmite emoções, que são fundamentais para uma relação.
Todavia, as novas tecnologias não só distanciam fisicamente as pessoas como também destroem qualquer utopia pessoal. Apenas uns quantos jovens desejam possuir uma relação estável. Em vez disso, procuram aparecer na televisão, realizar feitos fúteis, enfim, abdicar de uma parte do que é ser humano, tudo porque com o elevado grau de “conhecimento” proveniente da Internet, as pessoas tornam-se desconfiadas e apenas acreditam que só se podem realizar pessoalmente se se tornarem um “modelo de vida”, como os que eles vislumbram nas séries televisivas.
Como Antoine Saint Exupéry escreveu na sua obra “O Principezinho”, “Só se vê bem com o coração, o essencial é invisível aos olhos”. Assim, é necessário que os jovens compreendam que uma verdadeira relação não pode ser construída num mundo digital, mas através do convívio e das relações interpessoais.
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