sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Por Renato Barreira

Sinopse

Este livro pode ser considerado uma espécie de diário (apesar de não o ser), uma vez que, ao longo da história, a personagem principal escreve constantemente cartas para uma amiga que já morreu, contando-lhe tudo o que se passa na vida dela.

Trata-se de uma história de uma rapariga chamada Joana, que perdeu a sua melhor amiga (Marta) quando esta se envolveu no terrível mundo das drogas, mundo esse que a própria Joana iria conhecer por si mesma. Após a morte da sua melhor amiga, Joana interrogava-se vezes sem conta tentando perceber o que teria levado Marta a entrar naquele mundo, resposta que Joana iria ter por experiência própria.
Joana era uma rapariga exemplar, na escola e em casa, mas tudo mudou quando ela se envolveu com uma amiga de Marta, a Rita, (a amiga que teria levado Marta a envolver-se com as drogas), e com o próprio irmão de Marta, o Diogo, também vítima das drogas. A morte da avó, a pessoa de quem ela mais gostava no mundo, e a falta de atenção e de diálogo por parte dos pais fez com que Marta se começasse a sentir só tendo como únicas companhias os seus amigos Rita e Diogo. Foi então que, a partir desse momento, Marta começou a vender as suas coisas para conseguir dinheiro, para ajudar Diogo no mundo das drogas, acabando também ela, mais tarde, por se envolver nesse tenebroso mundo.
Um dia, Joana olhou-se ao espelho e reparou como tinha mudado. Percebeu, então, o que lhe tinha acontecido, entendendo agora o que a sua amiga Marta tinha passado… Após essa reflexão, Joana tentou abandonar as drogas, todavia, foi tarde de mais…

Apreciação crítica

Registo de duas citações marcantes:
“Vou parar de escrever. Dói-me a mão, dói-me o corpo, dói-me o pensamento. Dói-me a coragem que não tenho.” (Página 143)

“…o ano passado, nunca imaginei que fosse tão fácil uma pessoa passar-se para o lado de lá, o lado para onde tu passaste, o lado que eu sabia que era ERRADO!” (Página 152)

Este é um livro que valeu, verdadeiramente, a pena ler! Diria que este livro é uma aprendizagem, um ”abre olhos” e uma reflexão não só para quem se vê envolvido no assunto principal do livro (a droga) mas, principalmente, para aqueles que estão em vias de entrar para o mundo da droga apenas para, estupidamente, se mostrarem mais do que os outros.
O facto de relatar a vida de uma menina (Joana), de como ela se transforma ao longo dos dias e dos anos por causa da tão falada droga, faz deste livro, a meu ver, um livro extremamente interessante e diria até que, por não ser para uma determinada faixa etária mas sim para todas as idades porque o tema/assunto falado serve para mais novos e mais velhos, “A Lua de Joana” é irredutivelmente recomendável!
Também é de salientar a importância do diálogo entre os filhos e os pais, pois a falta de diálogo entre estes é muitas vezes a razão que leva os filhos a procurarem outros caminhos, muitas vezes destruidores.
Este livro mostra, na minha opinião, a realidade dos dias de hoje: o grande problema que a droga é para todos – para a família, para os amigos e para a própria pessoa que comete esse erro. Por isso, volto a repetir…este livro é RECOMENDÁVEL!
Esta obra fez-me reflectir sobre a importância de tantas “pequenas grandes coisas” às quais, ao longo da vida, não damos o respectivo valor ou, quando lho damos, pode já ser tarde demais. A família é um exemplo dessas “pequenas grandes coisas” que, por vezes, não recebe o tão merecido valor. Achamos antes que ela não nos entende, que quer o nosso mal, que não nos deixa viver a vida! Este livro responde a isso mesmo! Se reflectirmos, iremos constatar que, afinal de contas, eles (pais, irmãos, …) querem o nosso bem e o melhor para nós e que as discussões, os castigos, a repreensões são, nada mais, que meros “abre olhos” e maneiras de tentar fazer ver o que é o “bom” e o “mau” para nós, para a nossa vida. E, mais particularmente, estúpidos são os filhos que acham que não, que acham que só eles são os donos da razão, que acham saber o que é o melhor para eles e que os “coitadinhos” dos pais não percebem nada! Não sejamos parvinhos! Eles (falo principalmente do pais) já viveram, já passaram pela nossa idade e por várias experiências de vida! Pensemos e não sejamos estúpidos! Após ler este livro, acho ainda que temos de ser altamente altruístas para sabermos dar, a quem nos ama, aquilo que merecem!
Os amigos são importantes mas a família é essencial!

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