Reflexão sobre o processo de criação literária em Pessoa
Por Susana Dias, 12º C
Fernando Pessoa, ortónimo, expõe a teoria do fingimento poético em vários dos seus poemas, onde separa as emoções da razão, o coração da mente.
Assim, segundo esta teoria, só se exprimem emoções “fabricadas” a partir da intelectualização, pois tudo aquilo que sentimos no nosso íntimo são emoções, sentimentos e sensações intraduzíveis.
Então, um poeta, que é um ser predestinado a trabalhar com as emoções, tem de recorrer ao fingimento, não no sentido de mentir e enganar, mas sim no sentido artístico de modelar, imaginar, criar e recriar emoções. A dor transmitida não é real (dor sentida), é apenas a dor proveniente do fingimento dessa realidade (dor fingida ou intelectualizada).
Assim, o poeta deve brincar com as emoções para conseguir obter uma dor fruto de uma racionalização, que já pode ser traduzida por palavras.
A “dor”, que agora é encarada como uma dor estética, é utilizada como um objecto poético e artístico, que é o poema, também objecto de fruição para os leitores.
Um poema é, então, um produto resultante de uma dor sentida, que foi intelectualizada na mente do poeta, enquanto criador artístico/poético.
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