Por Inês Godinho, 12º A
Todos passamos por emoções, experiências e vivências que, mais tarde, depois de vividas, se transformam em recordações através da razão. Ou seja, o nosso cérebro consegue conservar as emoções que, mais tarde, irão servir de alimento para a produção da escrita.
É então por isso que a criação poética acaba por ser realizada não no momento da emoção mas no da sua recordação, uma vez que não há passagem directa das emoções para a escrita.
Como a verdadeira dor é apenas sensorial e intraduzível, o poeta acaba por criar uma personagem, e não tem de sentir os seus sentimentos, tem, no entanto, de se entregar à arte de fingir construindo intelectualmente a ideia das emoções.
Concluímos, então, que, na criação poética, Fernando Pessoa “finge sentir” transmitindo nos seus poemas apenas a ideia das emoções e a sua consequente construção intelectual. O que Pessoa faz é recriar emoções que, depois de pensadas, se tornam representações mentais das emoções sentidas.
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