segunda-feira, 22 de março de 2010

Por Liliana Marques (12ºC)

Poeta indisciplinado e, a meu ver, por vezes rebelde. Segue sempre os seus impulsos e as suas emoções pois, para Campos, a sensação é tudo. Deseja “sentir tudo de todas as maneiras“! Tem uma maneira muito própria de escrever: é o poeta dos versos soltos, escreve tal e qual sente e pensa e transborda as suas emoções para os seus poemas, como na “Ode Triunfal”, onde na sua perspectiva futurista transmite uma grande energia positiva, contrariamente à sua fase abúlica onde nos mostra a sua revolta e tristeza de uma maneira directa e muito esclarecedora.
Escolhi Álvaro de Campos porque é o poeta com que mais me identifico, pois, pessoalmente, dou bastante valor ao triunfo das tecnologias, onde quase tudo é possível fazer, e essa sensação faz-nos sentir confiantes e com alguma energia e motivo para viver, mas existe sempre um momento em que paramos e pensamos, pensamos nos “comos” e nos “porquês”, questionamo-nos sobre a morte, pensamos no tempo em que éramos crianças e tudo era mais fácil.
Com toda esta confusão na cabeça podemos dar em loucos e por isso procuramos sempre desviar e manipular esses pensamentos para conseguirmos manter algum controlo nas nossas vias.
Campos passa por esta fase, uma fase pessimista, onde praticamente apenas existe a morte à sua frente. Ele dá-nos a conhecer alguns dos seus pensamentos que, nalguns momentos, são bastante iguais aos meus.
Álvaro de Campos leva estes pensamentos ao exagero, talvez por ser demasiado inteligente e perceber mais do que todas as outras pessoas, o que pode ser visto como loucura, mas, na realidade, é apenas a verdade que ele quer fazer transparecer, e a verdade é que o que nos espera é a morte e ninguém lhe pode fugir.
Campos apenas nos diz aquilo em que não gostamos de pensar mas que, na verdade, não nos é indiferente.

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