terça-feira, 1 de junho de 2010

Por Bruno Frias

Saber muito da vida, para esta nova geração que sabe tudo o que há para saber sobre sexo, drogas, pedofilia e corrupção, é não acreditar nos outros. Não ter nenhuma expectativa imaterial: o sonho do encontro com a alma gémea foi substituído pelo sonho da aparição televisiva. Estes meninos não estão disponíveis para amar; sonham ser famosos, adorados e aplaudidos. O resto é conversa. Por SMS. (…) Tamborilam o amor ao de leve nas teclas dos telemóveis e dos computadores, pianos sem som nem alma nem cordas. Criámos uma geração apavorada com os sentimentos, os compromissos, a decepção e o sofrimento. Uma geração de vitoriosos solitários, que foge do calor do abraço e procura as palmas da multidão.

Inês Pedrosa, Única, 13 de Março de 2010

Será isto tanto assim, como dizem ser?! Serão os jovens de hoje incapazes de Amar alguém de forma imaterial, sem ambição de algo mais?! A mim parece-me bastante descabido, um acto bastante incorrecto de generalização que se revela bastante “injusto” para todos aqueles que não se deixam levar pela ânsia de fama mas sim pela ambição de felicidade.
Segundo o texto de Inês Pedrosa, os jovens de hoje não são mais do que meros carrascos daquilo que é (ou era…!) uma relação de amor. Seria demasiado estúpido contrariá-lo a 100%, mas seria tanto ou mais estúpido dizer que é assim, tal e qual como foi feito o retrato. Na simples opinião de um jovem na faixa etária sob análise, acho que há casos e casos, como em tudo na vida. Com isto quero dizer que, na nossa sociedade, podemos presenciar casos onde o amor é algo meramente sexual, ou onde as pessoas estão juntas só por dizer que estão, porque lhes dá jeito por razões suas. No entanto, não é assim no geral, porque há imensos casos onde as pessoas conseguem atingir sentimentos fortes, pelos quais decidem lutar e mudar os possíveis para que ganhem asas.
O Amor pode existir, resta saber até que ponto deixamos que ele seja sentido. E, mais importante que isso, é demonstrá-lo! O que me impede a mim de mostrá-lo por mensagens escritas ou pelo Messenger?! Nada! Eu posso fazê-lo, posso demonstrar o que sinto das mais variadas formas, tornando algo supostamente frio em algo caloroso.
Enfim, acho muito sinceramente que, e pelo menos para mim, de nada me vale ter o ruído ensurdecedor de uma grande ovação se faltarem nessa plateia as pessoas que mais falta me fazem. Afinal de contas, no meio de uma multidão em ovação, ecoará pela sala as palmas da pessoa que ecoa em nós a toda a hora…!

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