domingo, 24 de janeiro de 2010

Sugestões de leitura - "Equador"

Equador, Miguel Sousa Tavares
Equador é um livro escrito por Miguel Sousa Tavares, jornalista e escritor nascido no Porto. Neste romance, ele leva-nos a embarcar numa aventura que começa na metrópole, estende-se até à Índia e termina no arquipélago de S. Tomé e Príncipe.
Na minha opinião, este livro é de fácil leitura. Conseguiu prender a minha atenção desde o início até ao fim. À medida que fui avançando nas páginas, fui ficando cada vez mais fascinado com a descrição da paisagem da ilha feita pelo narrador. A água quente da praia, o clima tropical húmido, a vegetação verde e a comida, todas essas coisas foram descritas de uma forma espectacular que me fez sentir como se estivesse lá a presenciar tudo. E a paisagem natural foi apenas uma das coisas que me encantou.
Um outro aspecto que me agradou foi a construção das personagens. E vou citar apenas algumas que acho importantes: Luís Valença e o casal inglês, David e Anne. Luís foi nomeado pelo rei de Portugal governador de S. Tomé e Príncipe. Ele viu-se obrigado a abandonar a sua carreira de advogado, deixar para trás a sua vida e os seus amigos para se aventurar numa terra conhecida como o “fim do mundo”. Este governador mal chegou, começou logo a deixar a sua marca, mostrando ser competente e lúcido. O que mais me agradou foi a sua decisão de defender dois trabalhadores que estavam a ser acusados de terem abandonado o seu posto de trabalho. Ele defendeu-os mesmo sabendo que a maior parte dos cidadãos brancos iria ver aquilo com maus olhos. Do meu ponto de vista, foi o seu alto sentido de justiça que o levou a correr esse risco.
Este episódio e o episódio do seu envolvimento com Anne, a mulher de David Jameson, iriam virar-se contra ele, deitando por terra a sua missão. Quando o seu romance com Anne foi descoberto, Luís viu-se entre a espada e a parede, pois os principais administradores das roças utilizaram isso para o chantagear. Não sabendo mais o que fazer para mudar o rumo que as coisas estavam a tomar e compreendendo que a promessa de levar uma vida de conto de fadas com Anne se revelara impossível, Luís Bernardo Valença decidiu pôr termo à sua vida por considerar não haver mais nada por que valesse realmente a pena viver e lutar.
Esta foi a parte que mais me desagradou nesta história. Digo isto porque me fez descobrir que aquela figura, aparentemente bem formada, inteligente e de fortes convicções, afinal era uma pessoa fraca e incapaz de suportar privações.

Alexandre

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