sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

“O Professor é uma despedida irresistível de um homem que encontra a sua voz na sala de aula, na escrita e na sua alma”.
The New York Times Book Review


PARTE I (p.23) – (1)“O longo caminho até à pedagogia”

• “Estou a aprender trabalhando” (p.23)
• O que foi marcante em trinta anos, foram os episódios com alunos, aparentemente “sem importância”, mas que poderiam tê-lo feito abandonar o ensino – por despedimento.
• Perspectiva do ensino técnico-profissional nos anos 50-60: alunos com cerca de 16 anos que frequentam a escola há 11 anos – têm forte experiência de relações humanas e conhecimento da psicologia humana, que usam para manipular, na escola. Verificam-se conflitos entre etnias diversas e os gangues que se formam a partir daí.
• “Cinco turmas, trinta e cinco alunos em cada turma”. (p.27)
• “Sou professor (…) e conto histórias (…). É uma rotina que os acalma no caso – improvável – de eu querer ensinar qualquer coisa que faça parte da matéria.” (p.39)
• “McCourt (…) espere. Era o chefe do departamento. Você tem tudo para ser um bom professor. (…) Afinal, não era assim tão idiota. (…) Professor.” (pp.70-72)
• “Tantas horas de trabalho, um ordenado tão baixo e quem é que nos agradecia por aturarmos (…). Era por isso que o país estava sem professores.” (p.83)
• Dia da Escola Aberta / Noite Aberta: os pais na escola; a ligação escola-casa. (p.87)
• “Os professores de Inglês dizem que se um professor conseguir ensinar gramática numa Escola profissional (…) conseguia ensinar tudo em toda a parte”. (p.99)
• As justificações de faltas: grandes momentos de imaginação dos alunos, que escrevem fantásticos textos, brilhantes de criatividade. (pp.102-103)
• Contabiliza as aulas dadas (33000). Encara o ensino universitário como uma possibilidade de ter uma vida melhor, mais tranquila.

Parte II (p.133) - (9) “Burro com fome, cardos come”

• A tese de mestrado (p.119)
• Kevin e o Vietname (pp. 115-116)
• “A escola devia ser assim todos os dias”. (p.108)
• Ninguém tem respeito pelos professores “que fazem queixinhas”. (p.110)
• Atinge o grau de Mestre – em 1966. A sequência seria a carreira de professor universitário. Mal pago (ganha menos), mas espera outra atitude dos alunos e menos trabalho. Os alunos são trabalhadores estudantes, muitos estrangeiros – não dominam a língua, poucas bases culturais e pouca auto-estima. O professor sugere-lhes que pesquisem, mas pensem pela “própria cabeça”. (p.140)
• “menosprezar os miúdos das escolas profissionais”; “professores que evoluem para altos cargos (supervisão e administração)”- uma visão à qual ele simplesmente contrapõe: “Vim para ser professor” – não foi talhado para percorrer os corredores do poder. (p.143)
• A agressão a Hector – as escolas católicas e a tradição irlandesa. (p.148)
• Nova escola secundária – um melting-pot em que o inglês é a segunda língua e o professor se confessa incapaz para enfrentar o desafio, uma vez que lhe falta formação adequada. (p.157) A questão da formação em contexto de trabalho não se coloca nunca.
• Estamos em 1968: choques vários na turma e a história da visita de estudo – a questão do respeito.
• “quanto mais nos afastamos da sala de aula, maior é a nosa recompensa – pessoal e profissional. “ (p.180)
• O psicanalista. (p.194)
• O doutoramento (Trinity College) marca o regresso à Irlanda (2 anos). Encontra dificuldades. Não consegue concluir. Enfrenta o despedimento, a itinerância, a vida de professor substituto”. Os alunos enfrentam esta classe de professores, assumindo que está “na hora de dar de frosques” (p.203)

Parte III (p.207) - (12) – “O regresso à sala 205”

• Stuyvesant High School, o melhor liceu da cidade, nova escola. (p.207)
• O Professor encontra nesta escola um lugar permanente (pp.207-208)
• “Ao fim de um dia de aulas, temos a cabeça cheia de barulho, preocupações e sonhos de adolescentes. Continuam connosco durante o jantar, quando vamos ao cinema, à casa de banho, para a cama. Tentamos tirá-los da cabeça. Vão-se embora. Estou a ler um livro, o jornal, o quem está escrito nesta parede. Vão-se embora.” (p.208)
• Desejo de mudança mitigado pelo nascimento da filha, em 1971 – chamada à realidade. (p.208)
• A Stuyvesant é uma escola à escala humana, onde o Professor se sente pela primeira vez “livre na sala de aula”. No entanto, sendo a escola exigente, “a Harvard dos liceus”, os alunos faziam trabalhos enormes que exigiam, por sua vez, horas intermináveis de trabalho de correcção e classificação. (p.210)
• Alunos “burgueses, com uma vida confortável”, “metade (…) em psicoterapia, preocupam o Professor. Em 1974 é convidado a dar aulas de Escrita Criativa e dessa experiência diz que está “a aprender”. (pp.213-215)
• Aos 49 anos, com um casamento falhado, sem casa própria, as aulas são um escape. Entretanto, partilha a casa de um artista, num bairro boémio, em Brooklyn. (pp. 220-223)
• Grangeia fama de professor um pouco lunático e original, que nas suas aulas de Escrita Criativa distribui “notas altas como se fossem amendoins. (p.224)
• “Ao fim de quinze anos em quatro liceus (…) e na universidade (…) tinha desenvolvido um faro de cão, (…) conseguia sentir o cheiro da sua composição química (…): os ansiosos, voluntariosos, o cool, os que gostavam de dar nas vistas, os indiferentes, os hostis, os oportunistas que só estavam ali porque tinham ouvido dizer que eu dava boas notas, os namorados que só queriam estar perto dos respectivos parceiros. (p.227)
• “Na Stuyvesant, decidi admitir (…) que “Não vou utilizar a ignorância como desculpa. (…) Vou estabelecer um programa de desenvolvimento pessoal para ser um professor melhor: disciplinado, tradicional, sábio, engenhoso, desembaraçado. (pp.228-229)
• “Estava a encontrar a minha voz e o meu estilo de dar aulas (…) o novo chefe do Departamento (…) dava-me rédea solta para experimentar ideias novas sobre escrita e literatura (…9 e os meus alunos eram suficientemente maduros e tolerantes para me deixarem descobrir o meu caminho sem a ajuda da máscara nem da caneta encarnada. (p.299)
• A experiência da comida e dos livros de receitas “musicados” é divertida, mas gera contestação pelo barulho e pela sensação de interdito. (p.236)
• Desencanto. “Está sempre na periferia. Não tem mulher, tem uma filha que raramente vê. Não tem visão, nem objectivos, nem um plano (…) é o “homem que transformou a sala de aula num recreio, numa sessão de rap e num fórum de terapia de grupo. (p.237)
• No entanto, subtilmente, os alunos desenvolvem capacidades como a sensibilidade ao texto/música e o espírito crítico. (pp.238-239)
• Muda ligeiramente a estratégia leitura de poesia e discussão sobre as temáticas suscitadas – mas não “é obrigatório reagir sempre a estímulos.” (p.246-248)
• Diferentes extractos sociais, diferentes realidades e reflexão sobre coisas profundas e marcantes na vida destes jovens e o seu american way of life. (pp.250-251)
• As segundas-feiras e os artigos sobre restaurantes do New York Times aproveitados para o desenvolvimento vocabular e análise da linguagem. (p.255-257)
• A”Escola Aberta” na Stuyvesant é peculiar, porque 3000 alunos podem não corresponder a 6000 pais, mas a 1000, devido à questão do divórcio e às novas famílias. Exercício de reflexão sobre os problemas/dramas familiares dos alunos (p.258-269)
• “Estou a aprender”. Observa a classe média e a classe média alta e confronta-se com as suas raízes pobres. O aspecto positivo é que “os alunos estão a desabrochar na escrita e nas discussões na aula” e admitem, apesar dos dramas vividos, que as suas vidas são “vazias” quando comparadas com a sua: “O senhor tem sorte, Professor McCourt. Teve essa infância miserável e, por isso, tem material para escrever.” (…) Um dos alunos, por contraste, faz “a descrição mais infeliz da vida americana que ouvi numa sala de aula dum liceu. Mas tem todos os ingredientes do grande romance americano.” (pp.270-274)
• Os alunos questionam as famílias sobre vivências e aprendem e (re)estabelecem laços. E a avaliação do trabalho desenvolvido? Estes alunos esperam ser avaliados, seriamente avaliados. O Professor propõe que façam eles a sua auto-avaliação, o que os “alunos conscienciosos” dificilmente aceitam. Esperam que o professor seja “formal”. Levanta-se, então a questão: o que é o ensino? É uma equação, o equilíbrio entre MEDO e LIBERDADE. (p.281)
• “A sala de aula é um lugar de emoções fortes.” (…) “Hei-de sobreviver.” (…) “Professor McCourt, devia escrever um livro.” (…) “Vou tentar”. (pp.282-286)

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