Por Marta Catarino
A obra de Fernando Pessoa, na minha opinião, é muito enriquecedora e completa. Nela podemos encontrar poesia de diversos estilos, cada um deles proporcionado por um poeta diferente. O facto do conjunto de poetas presentes na obra de Fernando Pessoa serem resultado da vasta imaginação, criatividade e intelectualização deste prestigiado poeta atribui um brilho especial à sua poesia. A sua capacidade de criar poetas com estilos e atitudes tão distintas umas das outras é de louvar e, como tal, para mim, todos os heterónimos de Pessoa, como Alberto Caeiro, Ricardo Reis e Álvaro de Campos, transmitem algo de fascinante. No entanto, aquele cujos poemas mais me agradam, aquele que consegue despertar, com mais frequência, a minha atenção é Fernando Pessoa - Ortónimo.
A poesia de Fernando Pessoa - Ortónimo utiliza um estilo e uma linguagem muito simples, recorrendo ao uso do verso tradicional, rimado e musical, características que, a meu ver, facilitam a compreensão do poema e são essenciais para cativar rapidamente os leitores. Como exemplo, podemos pegar no poema "Gato que brincas na rua", em que a primeira estrofe é "Gato que brincas na rua/Como se fosse na cama,/Invejo a sorte que é tua/Porque nem sorte se chama.". Como se verifica através da leitura, este poema utiliza o verso tradicional, rimado e musical, nunca perdendo o sentido.
Fernando Pessoa - Ortónimo escreve sobre temas diversificados, não se fixando apenas num estilo, sendo a maior parte deles temas que mexem com o lado emocional e sentimental dos leitores. Por exemplo, podemos ler poemas dele acerca do fingimento artístico, da nostalgia da infância, do refúgio no sonho, da dor de pensar.
Concluindo, eu considero a poesia de Fernando Pessoa - Ortónimo mais inteira e completa relativamente à dos outros heterónimos visto que nela estão presentes uma série de sensações, as quais são reais e sentidas, sendo todas elas expressas com leveza e suavidade.
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