Por Andreia Dinis
Perante a questão “Com qual dos heterónimos de Fernando Pessoa me identifico mais?”, a resposta deveria ser mais simples, já que são três as hipóteses de escolha e, por sinal, diferindo bastante umas das outras, ainda que não o suficiente para facilitar a minha decisão.
Na verdade, de Alberto Caeiro, o guardador de rebanhos, herdei o facto de privilegiar as sensações, pois quem será capaz de negar o quão belo é podermos ouvir e ver o mar? Contudo, este meu privilégio nunca chegará à defesa do sensacionismo. Por outro lado, não seria capaz de rejeitar o pensamento e o raciocínio, como faz o mestre, pois sem estes seria impedida de realizar diversas actividades.
Já com Ricardo Reis as coisas não se tornam mais simples… A nossa vida poderá ser momentaneamente tranquila, mas, como é que poderíamos desfrutar a vida sem emoções?
Relativamente a Álvaro de Campos, não me poderei queixar da excessiva calma, pois, pelo contrário, este defende o excesso de sensações e a euforia. Mas, por oposição, surge uma nova fase, demasiado melancólica e pessimista, onde este exprime o tédio, a frustração, a dor de ser lúcido e a solidão. Esta será uma fase que não se enquadrará numa juventude que se quer alegre e divertida, mas consciente.
Assim, só me resta dizer-vos que não me revejo em nenhum deles mas, no fim, todos eles estão presentes em mim, nem que seja somente em momentos pontuais.
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